Thursday, February 21, 2008

Hoje eu dei-te o meu dia, na esplanada afrontando o olhar dos outros
por motivos tão escassos. É a primeira oportunidade para
uma nova estação, a natureza conspira no cimento
à nossa volta. Mas eu acredito que toda a mudança venha apenas
pelo fim de qualquer coisa e tu estás imóvel nessa cadeira,
parece que nunca tiveste um princípio.

Onde estão agora as tuas razões, o que fizeste
com a tua juventude? Não esperes que os pássaros te castiguem
por perderes o dia e sufocares de noite. Eu não te posso salvar
da tua angústia, baralhei os sinais por baixo de cada nome
e escolhi as ruas à sorte. E tu não me podes obrigar a pensar
de outra maneira, pobre de ti com as mãos encolhidas
sobre o tampo da mesa. Nos dias de sol a tua sombra
seria cruel para mim. E como eu te mentiria.



Rui Pires Cabral



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5 comments:

Anonymous said...

isto do 'perderes o dia e sufocares de noite'... :O

post mais lindo*

Anonymous said...

largar. mesmo que custe, às vezes, o melhor é largar.

seguir.

Anonymous said...

muito bonito. este poema caú-me cá dentro de uma forma... foi-me feito à medida do dia.

Anonymous said...

*caíu-me

Anonymous said...

:)
tenho dias em que me assenta que nem uma luva:)