Tuesday, October 31, 2006

Bolinhos e bolinhós
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Monday, October 30, 2006

Chegaste
com a tua tesoura de jardineiro
e começaste a cortar:
umas folhas aqui e ali
uns ramos
que não doeram...
Eu estava desprevenida
quando arrancaste a raiz.


Yvette Centeno


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Sunday, October 29, 2006

A casa desabitada que nós somos
pede que a venham habitar,
que lhe abram as portas e as janelas
e deixem passear o vento pelos corredores.
Que lhe limpem
os vidros da alma
e ponham a flutuar as cortinas do sangue
– até que uma aurora simples nos visite
com o seu corpo de sol desgrenhado e quente.
Até
que uma flor de incêndio rompa
o solo das lágrimas carbonizadas e férteis.
Até que as palavras de pedra que arrancamos da língua
sejam aproveitadas para apedrejarmos a morte.


Albano Martins


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I need a lullaby

Friday, October 27, 2006

é sexta e eis que volta o cha-cha-cha


When it's time to do the cha-cha-cha, ain't no crime to do the cha-cha-cha; and if I'm to do the cha-cha-cha, I may cha-cha-cha without warning. Close your lips and do the cha-cha-cha. Shake your hips and do the cha-cha-cha. Do some flips and do the cha-cha-cha. We can cha-cha-cha till the morning... If you ever do the cha-cha-cha, you'll forever do the cha-cha-cha; if you never do the cha-cha-cha, you'll have lived without really dancing. It may be you do the cha-cha-cha. Like to see you do the cha-cha-cha. Stick with me and do the cha-cha-cha: it's the only thing for romancing...


Stephin Merrit


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Thursday, October 26, 2006

Além de mim, quero apenas
essa tranquilidade de campos de flores
e este gesto impreciso
recompondo a infância.

Além de mim
– e entre mim e meu deserto –
quero apenas silêncio,
cúmplice absoluto do meu verso,
tecendo a teia do vestígio
com cuidado de aranha.


Olga Savary


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Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?

Raul Brandão



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