Monday, September 13, 2004



quando leio, faço inventários de tudo o que não pertence à insónia

um dia escrever-te-ei no ar onde as papoilas se afogam

explicar-te-ei como te tenho no colo de todas as palavras impossíveis

e com a lentidão dos passos afastar-te-ás do dia em que os gestos são papoilas

é tão impossível pensar que a tua voz se tornou inaudível

e é por esse silêncio que as vozes coagulam

e se dentro das palavras talvez haja paisagens

da tua boca só sai o frio acumulado por meses de Inverno







eue





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