Tuesday, May 18, 2004

Suspensos na saudade

(moldada a medo)



deslizam pelo silêncio espelhos

em tons monocromáticos



criam sonhos desconexos

em pontas dos pés



onde a morte das abelhas envelhece as sombras

e peixes vermelhos brilham na violência do vento



delírios electrificados onde a luz canta baixinho

e as imagens dançam em desordem



é difícil acordar no interior da noite

(pintada em tons de sonho)

quando a luz amadurece nos corpos adormecidos



mergulhando num abismo de abelhas e peixes

sonhos cambaleando pela dor da respiração

numa ressaca onde acordo e apago memorias



ouvindo ainda restos da tua voz

perfumando o silencio.



eue





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