Para cá de mim e para lá de mim, antes e depois.
E entre mim eu, isto é, palavras,
formas indecisas
procurando um eixo que
lhes dê peso, um sentido capaz de conter
a sua inocência
uma voz (uma palavra) a que se prender
antes de se despedaçarem
contra tanto silêncio.
São elas, as tuas palavras, quem diz "eu";
se tiveres ouvidos suficientemente privados
podes escutar o seu coração
pulsando sob a palavra da tua existência,
entre o para cá de ti e o para lá de ti.
Tu és aquilo que as tuas palavras ouvem,
ouves o teu coração (as tuas palavras "o teu coração")?
Manuel António Pina
3 comments:
Lindo o poema.
gostei tanto muito
:)*
OLÁ, GOSTEI DO TEXTO QUE LI, MUITO BOM O SEU BLOG. ACESSE: WW.OCOVILDODEMONIO.THEBLOG.COM.BR E VEJA UM POUCO DO MEU MUNDO, TAMBÉM.DESDE JÁ GRATO PELO ESPAÇO CEDIDO........
Post a Comment