Thursday, December 2, 2004





estou escondido na cor amarga do

fim da tarde. sou castanho e verde no

campo onde um pássaro

caiu. sinto a terra e o orgulho

por ter enlouquecido. produzo o corpo

por dentro e sou igual ao que

vejo. suspiro e levanto vento nas

folhas e frio e eco. peço às nuvens

para crescer. passe o sol por cima

dos meus olhos no momento em que o

outono segue à roda do meu tronco e, assim

que me sinta queimado, leve-me o

sol as cores e reste apenas o odor

intenso e o suave jeito dos ninhos ao

relento





valter hugo mãe





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