Tuesday, November 23, 2004



Nada do que amo me dá o que quero

por isso não amo

nem o amor

nem o sonho

nem a pintura

e os pintores

os heróis e o seu heroísmo,

nem estes meus poemas

copo de água fresca

que mais aumenta a sede.



Amo o que não amo

em todas estas coisas,

e indefinidamente

no fundo de tudo

amo a poesia e os poetas

que dão sempre mais

sempre muito mais

do que peço,

como tu,

mesmo eternamente ausente

meu amor.



Cruzeiro Seixas





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